Uma campanha para combater a exploração sexual de crianças e adolescentes durante a Copa do Mundo foi lançada no último dia 19 de fevereiro em Porto Alegre. A grande circulação de turistas durante o evento esportivo aumenta a preocupação das entidades de proteção.
A campanha, batizada de “Não Desvie o Olhar”, tem como objetivo alertar a população sobre a gravidade do tema e incentivar as denúncias contra quem estimula a exploração sexual comercial de crianças e adolescentes.
Só em Porto Alegre a Fundação de Assistência Social e Cidadania (Fasc) já mapeou 25 pontos de exploração sexual de crianças e adolescentes, em várias regiões da cidade. A prefeitura diz que já está monitorando 68 adolescentes que atualmente são submetidas a essa condição.
“Denuncie, na medida que você verifica que existe o abuso, a exploração, a questão comercial, por favor, denuncie ao Conselho Tutelar”, apela o presidente da Fasc, Marcelo Soares.
A Polícia Civil afirma que o Rio Grande do Sul não é considerado um destino de turismo sexual. Mas em grandes eventos, onde a prostituição é frequente, as operações para combater crimes relacionados à exploração sexual de crianças e adolescentes são mais rigorosas.
“Nós combatemos tanto quem pratica com menor de 18 anos essa relação sexual mediante pagamento e nós também combatemos quem favorece, quem facilita, quem alicia”, afirma o delegado Leandro Cantarelli, do Departamento Estadual da Criança e do Adolescente (Deca).
O perfil das vítimas revela jovens de baixa renda, com família desestruturada, fora da escola e, muitas vezes, usadas como pagamento de dívidas com o tráfico de drogas. Além de combater a a exploração sexual, o desafio da campanha é oferecer alternativas.
“Nós chamamos essas crianças, oferecemos cursos de formação profissional e, depois de formados, nós vamos atrás das empresas públicas e privadas para garantir emprego para esses jovens a fim de que eles continuem a mudança nas suas vidas e nunca mais voltem a fazer o que faziam antes”, conta o presidente do Conselho Nacional do Sesi, Jair Meneguelli.
Para denunciar casos de exploração sexual de menores, basta ligar para o telefone nº 100.
Fonte: G1 Rio Grande do Sul