Não existe uma vítima típica em termos de Exploração Sexual de Crianças e Adolescente em Viagens e Turismo. Este dado nos é apontado pelo Resumo Executivo do Estudo Global sobre a Exploração Sexual de Crianças e Adolescente em Viagens e Turismo – do inglês SECTT: Sexual Exploitation against Children in Travel and Tourism.
Trata-se de um documento produzido pela ECPAT Internacional, DEFENSE FOR CHILDREN e pelo Ministério das Relações Exteriores da Holanda, com o resumo dos achados de uma pesquisa realizada a nível global sobre a exploração sexual comercial. Este documento nos trás muitas reflexões e apontam dados pertinentes, além de trazer recomendações para os esforços na erradicação da exploração sexual. Para discutir esta questão, compartilhamos um trecho do Resumo Executivo:
A pesquisa sugere que crianças de grupos minoritários, meninos e crianças pequenas são muito mais vulneráveis do que se entendia anteriormente, junto com meninas e crianças que vivem na pobreza. Embora enfatizando que as crianças vítimas não têm uma única história e vêm de uma ampla gama de contextos e circunstâncias, o Estudo Global aponta que todas elas têm uma coisa em comum: sua vulnerabilidade. Infelizmente, as crianças vítimas não podem assumir que a sociedade lhes oferecerá o apoio de que necessitam: os serviços de resgate, reabilitação e recuperação são inadequados em todo o mundo. Essas vítimas frequentemente invisíveis precisam de ajuda urgente e alternativas reais para construir seu futuro.
Conclusões: abordagens do tipo “tamanho único” não podem proteger crianças contra a SECTT. Dado que não existe uma vítima “típica”, as medidas de prevenção e resposta devem ser adaptadas à situação específica para que sejam efetivas. Também deve haver recursos adequados para prestar cuidados especializados às crianças vítimas do SECTT.
Todos somos responsáveis pelo enfrentamento à violência sexual. No tocante ao papel da Sociedade Civil Organizada, destacamos duas recomendações que tratam sobre a visibilidade de crianças:
– Aumentar a conscientização pública sobre a SECTT e o papel dos cidadãos, incluindo que crianças podem desempenhar um papel na sua prevenção;
– Desenvolver mais pesquisas sobre a SECTT para criar informações que orientem políticas e ações
Precisamos agir de forma coordenada e tendo em mente que o combate à exploração sexual vai para muito além do combate à pedofilia, mas precisamos vencer estereótipos e lugares comum que mais nos desviam das práticas que realmente garantem a segurança de nossas crianças e adolescentes.
Você pode encontrar o Sumário Executivo na íntegra e traduzido em Português pela Rede ECPAT Brasil clicando aqui.