A cada 24 horas, 320 crianças e adolescentes são explorados sexualmente no Brasil. Os dados são do Instituto Liberta, que apontou o Brasil como o segundo país com o maior número de exploração sexual de crianças e adolescentes. Por ano, são 500 mil vítimas da violência no país e este número pode ser ainda maior, já que apenas 7 em cada 100 casos são denunciados.
Uma violência invisível, que passa despercebida aos olhos de quem enxerga crianças e adolescentes como algozes de si e não vítimas de agressores adultos e da desigualdade social. Por este motivo a Ecpat Brasil, através do Programa Down to Zero (DtZ), realiza a campanha “Ei, isso tem outro nome!”, destacando que crianças e adolescentes não se prostituem, são exploradas sexualmente. A campanha é em alusão ao dia 23 de Setembro – Dia Internacional Contra a Exploração Sexual e o Tráfico de Mulheres e Crianças, e tem como parceiros o Comitê Nacional de Enfrentamento ao Abuso e Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes, o Cedeca/BA e a Campanha Faça Bonito.
A violência sexual praticada contra crianças e adolescentes envolve vários fatores de risco e vulnerabilidade quando se considera as relações de gênero, de raça/etnia, de orientação sexual, de classe social, de geração e de condições econômicas. Para esse tipo de violência são estabelecidas
diversas relações de poder, nas quais tanto pessoas e/ou redes utilizam crianças e adolescentes para satisfazerem seus desejos e fantasias sexuais e/ou obterem vantagens financeiras e lucros.
É importante ressaltar que na dinâmica perversa da exploração sexual, crianças e adolescentes não são considerados sujeitos de direitos, mas seres despossuídos de humanidade e de proteção. Essas crianças e adolescentes, por estarem vulneráveis, podem se tornar mercadorias e assim serem utilizadas nas diversas formas da exploração sexual como: a) exploração sexual no contexto da prostituição; b) tráfico para fins de exploração sexual; c) pornografia envolvendo crianças e adolescentes; e d) turismo com motivação sexual.
A iniciativa da campanha é composta de múltiplas partes interessadas com a missão de fornecer conscientização, a fim de prevenir e enfrentar a exploração sexual de crianças e adolescentes. Enquanto rede, acreditamos no compromisso coletivo para a proteção de meninas e meninos, por meio de ações articuladas que promovam o desenvolvimento de crianças e adolescentes de forma digna, saudável e protegida, livres do abuso e da exploração sexual.
Todas as formas de violência, especialmente a sexual, afetam o crescimento saudável de crianças e adolescentes. E isso incide sobre o próprio país, cujo desenvolvimento não depende apenas da área econômica, mas também da área social e de direitos humanos. É por isso que a Constituição Federal deu a responsabilidade de garantir os direitos dos meninos e meninas do país a toda a sociedade, à família, à comunidade e ao Estado.
O Kit de comunicação para Mídias Sociais da Campanha ‘Ei, isso tem outro nome!’, com as datas e legendas das publicações a serem feitas, assim como as peças gráficas estão disponíveis para download e acesso pelo link:
bit.ly/issotemoutronome
A Rede ECPAT Brasil é uma coalizão de organizações da sociedade civil que trabalha para a eliminação da exploração sexual de crianças e adolescentes. A Rede ECPAT Brasil é representante no Brasil do ECPAT Internacional, que desde 1990 trabalha pela eliminação da Exploração Sexual Comercial de Crianças e Adolescentes.
O Programa Down to Zero (DtZ) é uma iniciativa global que objetiva erradicar a Exploração Sexual Comercial de Crianças e Adolescentes a partir de mudanças no contexto, usando como alicerce teórico o Theory of Change (ToC) – Teoria da Mudança. Em âmbito global a Aliança DtZ é composta por Terre des Hommes, Plan Holanda, Defence for Children ECPAT Holanda, Free a Girl e ICCO. No Brasil a Aliança é composta pelo CEDECA Bahia, Plan International Brasil e Rede ECPAT Brasil.