Entidades da sociedade civil e representantes do governo federal realizaram reuniões de balanço para avaliar os casos de violação de direitos da criança e do adolescente durante a realização dos jogos da Copa do Mundo de Futebol. Uma das reuniões contou com a participação de representantes da articulação “Entre em Campo – Redes Pelos Direitos da Criança e do Adolescente” e da Secretaria Nacional de Promoção dos Direitos da Criança e do Adolescente (SNPDCA).
Este encontro discutiu as principais ocorrências de violações de direitos infanto-juvenis, a partir das informações repassadas pelos Comitês Locais de Proteção Integral de Crianças e Adolescentes em Grandes Eventos das cidades sedes de jogos da Copa. Os principais problemas verificados foram trabalho infantil familiar, venda de bebidas alcoólicas, crianças perdidas e atendimento médico decorrente de uso abusivo de álcool.
A secretaria da SNPDCA, Angelica Moura Goulart, discutiu com as redes estratégias e ações propositivas para o enfrentamento das violações nos próximos grandes eventos.
Exploração – Em outra reunião, o Comitê Nacional da Agenda de Convergência Proteja Brasil o balanço voltou a ser discutido. Um dado considerado positivo foi a pouca ocorrência de casos de exploração sexual. Os casos registrados no Rio de Janeiro (RJ) no período não tiveram relação com a Copa e já vinham sendo investigado pela polícia. Em Manaus (AM), nenhum caso foi registrado durante a Copa.
Para Tiana Sento-Sé (Instituto Brasileiro de Inovações em Saúde Social – IBISS), da coordenação da Rede ECPAT Brasil, no que se refere à exploração sexual, com base nos dados que se tem até o momento, o balanço foi positivo. “A partir dos dados que chegaram dos comitês locais, não se pode afirmar que houve aumento de exploração sexual de crianças e adolescentes em decorrência da Copa”, destacou ela.
De acordo com números apresentados pelo governo federal, mais de um 1 milhão de turistas estrangeiros (de 202 países) estiveram no Brasil durante o torneio.
A articulação “Entre em Campo – Redes Pelos Direitos da Criança e do Adolescente” reúne a Rede ECPAT Brasil, Comitê Nacional de Enfrentamento à Violência Sexual Contra Crianças e Adolescentes, Associação Nacional dos Centros de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente Seção Defense for Children Brasil (Anced/DCI Brasil), Fórum Nacional de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente (FNDCA) e Fórum Nacional de Prevenção e Erradicação do Trabalho Infantil (FNPETI).